Reorganização do Castelo da Colina de Pombal / Comoco

ESTADO ANTERIOR

Nas últimas décadas, o Castelo de Pombal e seus arredores foram condenados à reclusão no centro da cidade. Para o cidadão comum, o Castelo era somente um pano de fundo para o cotidiano, uma mera referência de identidade que ressoa como a história da cidade mais que como uma experiência real da mesma. A rua “Rua do Castelo”, que define os limites sul e oeste onde a colina se encontra na cidade, delimitando o limite entre os reinos. Desta rua, eram possíveis algumas conexões com o recinto amuralhado. No entanto, seu estado de conservação decaiu progressivamente, dificultando o uso público. A vegetação da área – hoje em dia muito apreciada pela população – é, paradoxalmente, o resultado do abandono que sofreu esta zona durante a maior parte do século XX.

© FG + SG - Fernando Guerra, Sérgio Guerra

OBJETIVO DA INTERVENÇÃO

O projeto para a reorganização do Castelo da Colina de Pombal foi lançado pela Câmara Municipal da cidade com o objetivo de promover a recentralização da zona. A ordem básica da Comissão incentivou um projeto que ajude a fomentar o uso desta área histórica tanto por residentes como por turistas. O programa foi desenvolvido em colaboração com os políticos e técnicos municipais, junto com a equipe de projeto e enriquecido pelos comentários da população entregados em uma etapa preliminar da proposta.

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A premissa básica era que o projeto deveria melhorar as conexões entre as zonas urbanas e a parte inferior da colina, e entre a mesma colina com o recinto amuralhado. A articulação com o Castelo, um marco distintivo da cidade, deve ser abordada com o fim de preservar sua importância com a identidade da população. Para aumentar o atrativo da zona, deveriam ser criadas novas instalações como o estacionamento, caminhos confortáveis e seguros, zonas de descanso e contemplação, e uma cafeteria.

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DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO

O caráter básico da intervenção é uma tentativa de oferecer um enfoque nos quais os novos elementos desenhados deveriam estar claramente definidos num contexto tanto natural e dos elementos construídos pré-existentes, sem questionar o caráter destes dois. O projeto define três áreas, cada uma delas com um enfoque diferente.

Na primeira, as ladeiras ao sul e o poente da colina, o enfoque se centrou na ideia do fluxo. Esta ideia foi desenvolvida criando e colocando em relevo as conexões entre as zonas urbanas na parte inferior da colina do Castelo, as vias ao largo das ladeiras e à sombra para fornecer proteção e fomentar a diversidade de experiências no contato com a paisagem. Os materiais utilizados foram principalmente muros rebocados, pavimentos de pedra e areia, e estruturas de madeira.

© FG + SG - Fernando Guerra, Sérgio Guerra

Na segunda área, aos redores do cemitério, o enfoque estava comprometido com a ideia de um desenho topográfico da infraestrutura. Tanto a zona do estacionamento e as instalações adjacentes foram desenhadas como elementos topográficos, muros de concreto que suportam a transição entre as pequenas diferenças de níveis.

Por último, a terceira área, que rodeia o recinto amuralhado, possui como objetivo ressaltar o castelo como o principal elemento construído. O acesso oeste deste castelo foi redesenhado, incluindo a plataforma em sua parte inferior. Os arredores da igreja de Santa Maria também foram redesenhados para oferecer um espaço público que poderia fomentar sua apropriação como um cenário privilegiado para atuações e outras atividades culturais. O material que se utiliza nesta área é a pedra calcária, a mesma que se usa nos principais lugares de interesse, o castelo e as ruínas da igreja.

© FG + SG - Fernando Guerra, Sérgio Guerra

Para trabalhar como um conector entre estas áreas foi desenhado uma cafeteria, entregando um elemento adicional para atrair visitantes à zona. Para enfatizar sua importância na intervenção em geral, a cafeteria foi construída em estrutura metálica e acabada com painéis de aço corten, em suas fachadas e coberturas. Desta maneira, se incorpora uma estratégia de desenho que contrasta o novo com o pré-existente, sem esquecer a identidade do lugar e gerando um delicado equilíbrio entre a natureza e o edifício.

© FG + SG - Fernando Guerra, Sérgio Guerra

Ficha técnica:

Equipe:

  1. Arquitetos: Comoco - Luís Miguel Correia, Nelson Mota, Susana Constantino

Informação Complementar:

  1. Engenharia estrutural, hidráulica e acústica: ABL – Gabinete de Projectos Lda
  2. Eletricidade: Luís Ribeiro
  3. Mecânica: João Gonçalves Madeira da Silva
  4. Paisagismo: Luís Guedes de Carvalho, Luís Miguel Correia, Nelson Mota e Susana Constantino
  5. Contratantes: JRSF Joaquim Rodrigues e Silva Lda, Ibersilva, Argoconstrutora, Construção Civil Lda

  1. Promotor: Municipalidad de Pombal
  2. Orçamento: 3,000,000€

 

Sobre este escritório
Escritório
Cita: Victor Delaqua. "Reorganização do Castelo da Colina de Pombal / Comoco" 02 Abr 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-41133/reorganizacao-do-castelo-da-colina-de-pombal-comoco> ISSN 0719-8906

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